Disputa no geral foi definida após punição aplicada a Roberval Andrade; já campeão da Super leva taça sem vencer uma prova.
Drama, polêmica, imprevisibilidade e emoção até depois da bandeirada: a final da temporada 2023 da Copa Truck com casa cheia em Interlagos contou com todos esses ingredientes e coroou Felipe Giaffone, pela Pro, e Thiago Rizzo, pela Super, como os grandes campeões.
Mais novo bicampeão do pedaço, Giaffone enfrentou diretamente seu principal rival, Roberval Andrade, nas duas corridas – cada uma delas com um momento capital. Na primeira, o lance veio logo na largada: Roberval tentou uma brecha entre Felipe e o muro interno, com a colisão sendo inevitável.
No fim da prova 1, com notório auxílio de seus companheiros de equipe, Giaffone venceu e Roberval foi o oitavo, garantindo a pole da segunda corrida, enquanto Giaffone partiria justamente em oitavo por conta do grid invertido, mas com dois pontos de vantagem na tabela.
Na corrida complementar a conta era simples: quem terminasse na frente seria o campeão. Roberval manteve a ponta na largada e Giaffone foi escalando o pelotão em conjunto com o companheiro de equipe, Beto Monteiro.
Restando três voltas para o fim, Beto passou Roberval e a tão esperada disputa direta aconteceu, gerando o segundo momento capital: na freada para o “S” do Senna, Felipe se lançou, os dois dividiram a primeira perna e, na curva seguinte, Roberval cortou a curva sem pensar duas vezes, sustentando a posição e recebendo a bandeirada atrás de Beto Monteiro e à frente de Felipe.
Após as oitivas tradicionais por parte dos comissários, ambos os pilotos se protestaram, gerando burocracias e um atraso de quase duas horas. O campeão foi anunciado diretamente na cerimônia de premiação, após Roberval receber uma punição de cinco segundos, cair para quinto e, com isso, Felipe conquistar o título por somente três pontos.
“Só posso agradecer ao meu time. Sem eles, eu não teria sido campeão. Sem o auxílio deles, teria sido muito difícil. E ser campeão com um projeto inovador de caminhão híbrido elétrico no mesmo ano que meus dois filhos foram só tornaram essa conquista ainda mais especial”, comentou Felipe. “Em 2010, aconteceu a mesma situação e eu levei o título. Neste ano, foi a vez dele. Nem sempre a gente ganha, mas vou usar isso para melhorar e voltar ainda mais forte”, completa Roberval.
Na Super, Rizzo também foi campeão com requintes de emoção. Sem ter vencido uma prova, ele contou com um dos maiores azares da história da Truck: seu principal rival, Felipe Tozzo, que chegou líder, teve quebras nos três dias e zerou no domingo, não conseguindo segurar o choro de tristeza.
Com Tozzo fora, Rizzo precisou mudar o foco para Evandro Camargo. Correndo por fora, Camargo precisava vencer as duas provas e torcer pelo deslize dos rivais – e foi o que fez, mesmo tendo perdido algumas marchas. Mas, na prova final, Rizzo chegou em segundo, embutido na traseira de Camargo, e pôde comemorar sem medo de ser feliz.
“Que temporada incrível, de muito aprendizado, e de muita constância – a marca que me fez ser campeão. Agora tenho um grande desafio, que é brigar de igual para igual com meus companheiros na Pro, já que o campeão da Super ganha o ‘acesso’ para a classe principal”, destacou Rizzo, que deu ao Rio de Janeiro seu primeiro título na categoria.
Entre as montadoras, Volkswagen e Mercedes-Benz chegaram na finalíssima empatados, com a Volks coroando a festa de Giaffone e Rizzo com o título de campeã entre as marcas. Agora, a Copa Truck tira um intervalo de pouco mais de três meses até o início da próxima temporada, que tem início pré-confirmado para o dia 17 de março, em Campo Grande (MS).
Foto: Thiago Sampaio/Direto do Pódio